quarta-feira, 2 de maio de 2012

Leonardo, infelizmente este sou eu...

          Na semana passada, fraturei o dedão em uma quadra society de futebol. E como faz falta este membro, como sempre, só percebemos quando falta. Procurei não mudar muito minha rotina, apenas respeitando minha provisória limitação. Estar assim me faz enxergar a beleza da hipocrisia humana.
          Já é fato, que vivemos em uma sociedade de plástico, onde tudo que não presta, que não serve, que não se adequa é descartado e jogado fora. Talvez esta pseudo-estrutura que paira sobre nós, molde nosso comportamento e tendemos a querer parecer com o padrão adotado. Então viramos especialistas em marketing pessoal, maquiamos nossos defeitos e fazemos o necessário para evidenciar nossas virtudes e qualidades, e, quando elas não existem, não temos pudor em criá-las, mesmo que sejam artificiais.
          Desta forma, somos cada vez mais parecidos uns com os outros e tudo é muito superficial, sem vida, em um ritmo quase que  mecânico. Ser diferente é quase um crime, e expor os pensamentos é a ação do diabo. Os objetivos devem sempre estar ligados à resultados e reconhecimento, e desenvolver algo que não almeje isto é perca de tempo, sacrifício de tolo ou atividade idiota.
          Não sei por quê, mas está muito fácil perceber isto, está evidente, e é como se gritassem perto do meu ouvido que eu preciso ser igual, preciso seguir o fluxo. Mas eu simplesmente não quero. Não tenho vontade. Isto não me atrai, pelo contrário, me tira o prazer e a paixão.
         Não sou perfeito, longe disto. Eu tenho mais falhas que qualquer outra pessoa que eu conheça. Na verdade, eu tenho medo de mim mesmo. Se oro, digo como Michael W Smith em Save me from myself (Me salva de mim mesmo). E não me envergonho disto porque é minha natureza que me linka à Ele, que me faz enxergar a beleza de seu sacrifício. Estou cansado de ter que parecer alguém que às vezes, não quero ser. Rir quando não quero rir, elogiar, quando preferia me calar, e ficar medindo a todo tempo se minha verdade vai ofender alguém.
          Qual a razão da igreja existir se não for para incluir, para tratar, para curar. Não quero estar em um lugar, onde eu tenha que me esconder, que me maquiar, que usar máscaras ou medir minhas palavras. Tenho que ser o filho, o marido, ou pai perfeito. Me desculpe, mas eu não sou! Sou egoísta, tenho dificuldade para nutrir amizades e a todo tempo estou olhando para eu mesmo, e às vezes para os outros quando isto significa olhar para mim. Não quero ser responsável por ninguém, quando tenho dificuldades para assumir meus atos.
          Augusto Branco diz que "O mal maior da hipocrisia não é simplesmente aconselhar o que tu simplesmente não fazes. Mas acreditar que ainda és verdadeiramente feliz assim!". Shakespeare colabora: "Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são".
          A única forma de libertarmo-nos de nós é assumirmos nossa personalidade e nosso caráter, para que à luz da realidade, consigamos fazer alguma transformação.
          Bom, decidi ser eu mesmo, ser espontâneo, abrir a cortina da vida, apresentar os bastidores, mas já vou avisando: Estou em obras e a bagunça está grande!


Paz e prosperidade a todos!



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