Estou falando da relação conturbada entre pais e filhos. Do enlace eterno que existe nesta relação e os desdobramentos futuros de cada ação e reação, de cada momento alegre ou complicado, fantástico ou conturbado.
Nosso dever de amar nossos pais deixa de ser obrigação e se torna uma necessidade básica a medida que entendemos seus anseios, medos, vontades, intenções. O problema é que há uma enorme dificuldade de assimilar isto quando contrariá-los parece ser tão interessante, e morder o fruto da árvore proibida demonstra ser um passo tão largo rumo à "liberdade" e ao imprevisível que vale a desobediência para descobrir se já entendemos o que é melhor para nós.
É incrível perceber agora que as manias, os jeitos e trejeitos, a forma de falar e de emendar as palavras, a maneira de dormir e o olhar que outrora achávamos tão esquisito, cômico e até ridículo parece que se impregnou em nós, deixou de ser a maneira deles e se tornou a nossa maneira. E com um pouco de maturidade, achamos isto engraçado e não nos esforçamos nem um pouco para mudar, porque deixou de trazer vergonha e nos faz sentir orgulho.
A infância e adolescência deixaram saudades, lembranças que não voltam, por mais que eu tente entrar novamente no ventre da minha mãe (e eu já tentei!), isso tudo é passado, se foi, já não é mais. Passou rápido, mas naquele tempo eu reclamava porque julgava o ritmo do tempo lento e incoveniente.
Os filhos nascem e nos remetem novamente ao passado. Tentamos educar de uma forma diferente, mas parece que o "legado" é quem dita a nossa postura e por vezes nem nos sentimos a mesma pessoa, pois algo nos impulsiona à uma maturidade essencial e excêntrica que produz e maximiza o desenvolvimento dos pequenos.
E a vida se repete, e se repete e se repete. Nada muda, a não ser a maneira como fazemos a mesma coisa. Mas algo aprendi com tudo isso. Nenhuma relação possa ter sido tão conturbada e tão cheia de injúrias, que não possa se renovar diferente e prazerosa. Nenhuma ferida pode estar tão aberta, que não possa ser curada para que os movimentos do passado possam ser feitos sem limitações.
Hoje não é um dia especial, e por isso um gesto de carinho fora do tempo pode ser mais valioso do que grandes presentes em datas comemorativas.
É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã!
Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a face da Terra. (Efésios 6:2,3)
Paz e prosperidade a todos!
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